Inúmeros trabalhos encontrados na literatura mundial enfatizam a dificuldade de realizar um diagnóstico preciso de HPV. Hoje está claro que não existe um exame único isolado que permita o diagnóstico de certeza.
A peniscopia, vulvoscopia, vaginoscopia, colposcopia localizam lesões suspeitas; não temos certeza de que aquelas alterações encontradas são causadas pelo HPV.
Quando encaminhamos o material para histologia, podemos evidenciar alterações que sugerem a presença do vírus; também não é certeza que existe a infecção, porém esse exame é importante para fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças. E, finalmente, hoje podemos contar com testes de biologia molecular que identificam a presença do vírus evidenciando o seu DNA. Dessa maneira, precisamos localizar lesões suspeitas e nelas pesquisarmos a presença do vírus.
A sensibilidade de um método consiste na identificação dos pacientes possivelmente infectados. Quanto mais sensível for o método, maior possibilidade de definir a infecção. Isso não significa que esses pacientes estejam infectados.
Por isso, o método tem de ter alta especificidade, ou seja, deve permitir distinguir, entre os pacientes suspeitos, aqueles que não têm a infecção. A peniscopia tem alta sensibilidade e os métodos de biologia molecular, alta especificidade.
GENITOSCOPIA
A genitoscopia consiste no exame da região genital masculina que inclui: pênis, uretra, escroto, pube, região inguinal e região perineal.
Peniscopia
A realização da peniscopia segue três tempos:
1º tempo: Exame do pênis a olho nu, pesquisando-se condilomas acuminados, por vezes minúsculos, e pápulas cor da pele, transparentes, vermelhas, róseas, leucoplásicas ou pigmentadas.
2º tempo: O pênis é envolto com gaze embebida em ácido acético a 5%, cobrindo a sua superfície e elevando o prepúcio, já que a sua parte interna é o local mais acometido.
3º tempo: São realizadas biópsias, nas lesões clínicas e subclínicas, e o material colhido é encaminhado para histologia e pesquisa do DNA viral.
A peniscopia tornou-se um método muito importante para localizar as lesões suspeitas de estarem infectadas pelo HPV, por permitir o diagnóstico de lesões subclínicas no homem assintomático.
Hoje utilizamos a videopeniscopia, que consiste em realizar a peniscopia acompanhada por um sistema de vídeo, que possibilita o acompanhamento do exame pelo paciente e a documentação do exame.
Acredito que a melhor maneira de se realizar uma peniscopia é com o paciente em posição ginecológica, devido a vários motivos, tais como:
– paciente fica imóvel;
– permite a visualização da região inguinal, perianal e perineal;
– facilita a coleta de exame;
– facilidade da realização do tratamento.
INDICAÇÃO DE PENISCOPIA / GENITOSCOPIA
1 – parceiros de mulheres com HPV e neoplasia de colo uterino;
2 – homens com balanopostite de repetição;
3 – homens com outras DST;
4 – homens que apresentaram verrugas no passado;
5 – pacientes com múltiplas parceiras;
6 – exame pré-nupcial
7 -início de novo relacionamento, a pedido do casal.
Prof.: Dr Júlio José Máximo de Carvalho – Telefone: (11) 3832-0505